O que você faria se soubesse que morreria daqui a um dia?
Nunca parei realmente pra pensar, no que aconteceria comigo
depois de minha morte. Nunca parei pra pensar, nas coisas que eu tenho que
fazer, antes que este músculo que fica no centro do meu peito, faça seu
trabalho pela última vez.
Viver é bom, claro! Ninguém
quer acabar com a própria vida, e as que realmente querem, fazem isso sem
descrição e de uma forma admirável. E quanto maior o número de suicidas, menor
o número de suicidas. Mas porque, a cada dia, surgem mais e mais suicidas em
potencial?
Porque a vida é um enorme suicídio. A vida chega a um ponto
final. Em que querendo ou não, você mesmo fez suas escolhas, e tomou suas
atitudes para que aquilo acontecesse. E enfim, morre.
Eu gosto tanto da minha vida. Às vezes chata outras vezes
muito boa e em algumas vezes, é só vida mesmo. Gosto tanto de saber que meu
coraçãozinho bate feliz todos os dias. Sem problemas. Ah como é gostoso.
E as pessoas querem tanto prorrogar o momento em que o
último fio de consciência passa pela nossa mente, seja procurando uma “poção da
juventude”, seja procurando métodos medicinais, para ao menos terem a aparência
de uma pessoa jovem. E outras, procuram o auxílio das religiões.
Viver eternamente deve ser uma maravilha não é? NÃAAAAAAAO!
Eu realmente quero viver, e vou viver, até lá meus 70, 80
anos. Quero muito viajar para outros países, na Europa, na América do Norte, na
África... Quero muito poder produzir músicas de qualidade para muitas pessoas,
quero viver um grande amor e tê-lo por perto sempre. Quero muito ir aos shows
das bandas que eu conheço. Quero fazer tantas coisas. Uma lista realmente
grande de desejos.
Mas será que tudo isso não daria pra fazer nesses 80 anos?
Claro que dá! Dá e sobra! E eu sei que vou conseguir aproveitar cada minuto da
minha vida, assim como eu aproveito agora!
O que essas religiões deveriam pregar, é que se existe
realmente uma punição no fim da vida... É PODER PRORROGÁ-LA!
Pense só, na enorme e mórbida rotina em que entraremos,
Pense só. Seria legal até viver uns 150 anos ou até 200. Mas em algum momento o
tédio ia se instalar de tal forma que tenho certeza, que eu desejaria morrer.
Prefiro não me condenar a ter uma vida de eterno tédio,
incapacidade de envelhecer e ver minhas rugas no espelho. Prefiro fazer tudo o
que quero nos anos que eu tenho de vida. Porque quando eu estiver realmente
satisfeito, vou poder abrir os braços e acolher a morte como uma irmã.
E quer saber mais? Se amanhã um caminhão passar por cima de
minha cabeça, vou desaparecer satisfeito com o que deixei. Mesmo que não seja nada... Afinal, sou um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.


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